Dr. Paulo Pittelli - Cirurgião do Aparelho Digestivo

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Cirurgia Revisional

Cirurgia revisional é o termo que empregamos quando é necessário que o cirurgião volte a operar um paciente que passou por um procedimento cirúrgico para o tratamento da obesidade e agora está apresentando recidiva da doença.

A cirurgia revisional também pode ser necessária em alguns casos em que ocorreu efetiva perda de peso e bom controle da obesidade, mas o paciente está apresentando complicações que não são possíveis de serem solucionadas apenas com o tratamento clínico, medicamentoso ou com mudanças de hábitos.

Um exemplo dessa situação seria um paciente que fez sleeve e que vem sofrendo de refluxo gastroesofágico de difícil controle. Neste caso, o sleeve poderia ser convertido no bypass gástrico.

Excesso de perda de peso, desnutrição severa e anemia importante são outros motivos pelos quais podemos ter que optar por uma cirurgia revisional. 

Veja alguns exemplos:

  • quem fez sleeve pode ter sua cirurgia convertida no bypass ou no duodenal switch; 
  • quem tem uma banda gástrica pode ter a banda retirada, sendo realizado uma gastroplastia do tipo bypass ou mesmo do tipo sleeve;
  • o bypass pode ser completamente “revisado”, diminuindo o tamanho do pouch gástrico, confeccionando uma nova anastomose gastroenteral com o calibre apropriado e aumentando ou diminuindo o desvio intestinal;
  • podemos retirar o anel que era utilizado nas cirurgias de Fobi-Capella e revisar, como no caso descrito acima, o tamanho do pouch gástrico, da alça alimentar e da alça bileo-pancreática;
  • e também podemos transformar uma gastroplastia do tipo bypass em uma gastroplastia do tipo SADI-S (single anastomosis duodeno-ileal bypass with sleeve gastrectomy);

O número de cirurgias revisionais está aumentando no mundo todo, mas ainda não há uma padronização ou consenso sobre este tema.

Lembre-se de que quando falamos em cirurgia revisional falamos em um novo procedimento cirúrgico, com todos os riscos e complicações que qualquer cirurgia pode ter. Por isso, antes da cirurgia eletiva o paciente deve voltar a ter um acompanhamento multidisciplinar adequado e, quando possível, retomar a prática de atividades físicas regulares. 

As cirurgias revisionais muitas vezes precisam ser realizadas em pacientes que não têm condições clínicas favoráveis (grandes obesos e desnutridos) e em situações de urgência (hérnias internas, isquemias de segmentos intestinais e fístulas digestivas) e devem ser realizadas apenas por cirurgiões e equipes cirúrgicas experientes, de preferência por cirurgia laparoscópica ou cirurgia robótica.