Doenças e Tratamentos
Você esta lendo: Hemorroidas
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O termo hemorroidas refere-se a condição na qual as veias que normalmente existem no final do reto e canal anal se tornam dilatadas e inflamadas.
Existem dois tipos principais de hemorroidas:
As hemorroidas internas se dividem em graus dependendo de como se apresentem:
Quando o paciente sofre de hemorroidas internas, geralmente a principal queixa é de sangramento anal indolor, que acontece logo após as evacuações. O sangramento pode ser percebido no vaso sanitário ou no papel higiênico ao se limpar.
Também é freqüente o paciente relatar de que o sangue fica pingando no vaso após o esforço evacuatório. Como foi dito, as hemorroidas internas geralmente são indolores, a menos que estejam prolapsadas e trombosadas.
Trombose hemorroidária significa a formação de um coágulo dentro da veia (hemorroida) seguido de um processo inflamatório com inchaço e dor local. A trombose hemorroidária é a manifestação mais comum da hemorroida externa e geralmente não sangra.
O paciente também pode se queixar de prurido anal (coceira no ânus e região perianal) e de secreção nas roupas íntimas.
Não. Hemorroidas não são e nunca se tornarão câncer. O problema é que muitas vezes os sintomas do câncer colo-retal e anal são idênticos aos da doença hemorroidária. Por isso, diante de qualquer um dos sintomas relatados acima, procure um especialista.
Diante dos sintomas relatados pelo paciente, o médico precisa fazer um exame da região anal (exame proctológico) para avaliar o tipo de hemorroida e descartar a existência de neoplasia. Nos pacientes acima de 50 anos e naqueles com risco aumentado para o câncer colorretal a colonoscopia deve ser realizada.
No exame proctológico o médico realiza a inspeção local, o toque retal e a anuscopia e/ou retossigmoidoscopia. Na realização da anuscopia e retossigmoidoscopia é utilizado um aparelho onde há um sistema de iluminação que permite avaliar o canal anal e o reto internamente. Assim, o médico define o tipo de hemorroida, o que é fundamental para definir o tratamento.
O tratamento das hemorroidas pode ser feito de várias formas: por fotocoagulação, onde se projetam raios infravermelhos diretamente sobre os mamilos hemorroidários levando à necrose e redução do seu tamanho; por criocauterização, onde um processo semelhante é realizado com aplicação de gelo (CO²) nos mamilos; por escleroterapia, onde há injeção de substâncias esclerosantes diretamente nos mamilos hemorroidários; por ligadura elástica, onde se aplicam elásticos sobre os mamilos causando isquemia e necrose dos mesmos.
Todos esses métodos se aplicam às hemorroidas internas de graus I e II. Nos casos das hemorroidas internas graus III e IV e nas tromboses hemorroidárias externas, o tratamento é preferencialmente cirúrgico.
Na cirurgia a técnica que utilizamos é a de Milligan-Morgan, nas quais os mamilos são ressecados acima da linha pectínea. As feridas produzidas pelo ato operatório cicatrizam por segunda intenção, ou seja, elas ficam abertas para se evitar infecção. Para tanto, podemos utilizar instrumentos cirúrgicos convencionais, bisturis ultrassônicos e laser com resultados muito semelhantes.
Existe ainda uma técnica onde se utilizam grampeadores mecânicos, na qual uma faixa de tecido retal é ressecada e as hemorroidas são relocadas superiormente. Nesta técnica não há ressecção dos mamilos e a dor no pós-operatório quase não existe. Porém, não pode ser realizada em todos os tipos de hemorroidas, sendo indicada apenas nos casos de prolapso (hemorroidas internas graus III e IV).
O tratamento cirúrgico geralmente é realizado em unidade hospitalar. O paciente é submetido à sedação e a um procedimento anestésico do tipo bloqueio (raquianestesia ou peridural). Fica internado apenas algumas horas e raramente permanece mais de um dia no hospital.
A dor no pós-operatório é determinada por alguns fatores importantes como o limiar de dor do paciente (há pacientes que são muito sensíveis a dor e se queixam de dor por vários dias apesar do uso de anti-inflamatórios, analgésicos e cuidados locais);
A demora para o paciente evacuar pode ser um problema, porque quanto mais tempo as fezes ficam no reto, mais água é absolvida delas e mais duras elas se tornam. Assim, não se deve demorar muito para evacuar no pós-operatório e os pacientes que são mais constipados podem usar algumas substâncias para deixar o bolo fecal mais macio.
Deve-se usar analgésicos e anti-inflamatórios, evitar o uso de papel higiênico e fazer bastante banho de assento (sentar-se numa banheira ou bacia com água quente por 15 minutos) várias vezes por dia.
Normalmente há saída de uma secreção amarelada e bem fluida nos primeiros dias de pós-operatório, o que obriga o paciente a usar absorventes higiênicos por algum tempo.
A cicatrização completa geralmente acontece de quatro a seis semanas, mas já nos primeiros dias após a cirurgia, o paciente pode retomar suas atividades se estiver bem disposto, tempo que é muito variável de pessoa para pessoa.