Dr. Paulo Pittelli - Cirurgião do Aparelho Digestivo

Doenças e Tratamentos

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Esteatose Hepática

O que é esteatose hepática?

Se você teve o diagnóstico de esteatose hepática significa que está com a uma quantidade maior de gordura no fígado do que o habitual. Também chamada de fígado gordo ou fígado gorduroso, é muito comum no nosso meio e acreditamos que um em cada três paciente tenha esteatose hepática, que é mais comum nas mulheres e pode acometer qualquer faixa etária, inclusive crianças.

Quais as causas mais comuns de esteatose hepática?

  1. Doenças primárias do fígado como a doença de Wilson, doenças colestáticas, abuso do consumo de álcool, hepatites virais B e C e deficiência de alfa 1 antitripsina.
  2. Uso de medicamentos como estrogênio, amiodarona, diltiazem, tamoxifeno, corticóides e antirretrovirais e o contato com alguns pesticidas; Cirurgias como o bypass gástrico e derivações biliodigestivas, desnutrição crônica e a gravidez também são condições associadas.
  3. Doença hepática gordurosa não alcóolica, que representa 70% dos casos e está diretamente relacionada à obesidade, diabetes mellitus e à dislipidemia.

 

Como acontece a esteatose?

No caso da doença hepática gordurosa não alcóolica a esteatose acontece porque o excesso de triglicerídeos na corrente sanguínea é filtrado quando passa no fígado e vai progressivamente sendo depositado nas células hepáticas.

Quando o grau de esteatose é importante e esta condição permanece por bastante tempo, pode ocorrer o que conhecemos como esteato-hepatite, que seria a inflamação do tecido hepático por causa do depósito da gordura. A doença pode progredir ao longo de anos para a cirrose hepática e mais raramente para o câncer do fígado.

 

Quais os sintomas da esteatose?

Na imensa maioria dos casos a esteatose hepática é uma doença assintomática, ou seja, os pacientes não apresentam nenhum sintoma relacionado a essa condição. Nos casos complicados da doença podem ocorrer dor e desconforto na região abdominal à direita e logo abaixo das costelas, sensação de mal estar e fadiga e nos casos mais avançados, já com insuficiência hepática, podemos ter ascite, que é um acúmulo anormal de líquido na cavidade abdominal, icterícia, que é o amarelão dos olhos e da pele, encefalopatia hepática, que seria um estado de confusão mental e eventualmente até de coma. Diminuição das plaquetas do sangue e hemorragias gastrointestinais também são comuns nessa fase.

 

Como se faz o diagnóstico?

Geralmente o diagnóstico de esteatose hepática é dado numa ultrassonografia de abdome que o paciente realizou de rotina.

Outras vezes o paciente chega no consultório porque fez exames admissionais ou porque seu dermatologista pediu alguns exames do fígado antes de usar algum medicamento hepatotóxico.

Exames laboratoriais como a dosagem das transaminases (TGO e TGP) e da gamaGt podem estar alterados quando existe a esteato-hepatite. Seu médico provavelmente vai pedir a dosagem da glicemia de jejum, hemoglobina glicosilada, colesterol total e frações, triglicérides, insulina, ácido úrico e ferritina.

A tomografia de abdome e a ressonância magnética do abdome podem sugerir o diagnóstico, mas não são exames normalmente solicitados para avaliar a esteatose hepática.

A ultrassonografia vai caracterizar a esteatose em leve, moderada ou acentuada, mas o que importa mesmo é se há a esteato-hepatite ou não, o que só pode ser confirmado na biópsia hepática, que por sua vez pode ser guiada por ultrassonografia ou numa laparoscopia.

O melhor método para avaliação da esteatose hepática é a elastografia transitória que mede a elasticidade e a quantidade de gordura no fígado.

 

Como é feito o tratamento da esteatose hepática?

Não existe tratamento específico para a esteatose hepática e o uso de medicamentos ainda é bastante controverso. Geralmente o tratamento depende da causa da esteatose e basicamente consiste em dieta pobre em carboidratos, deve ser feito o controle rigoroso do colesterol e da glicemia, o consumo de álcool deve ser descontinuado, deve ser adotada a prática de atividades físicas regulares e aumentar o consumo de fibras, frutas e vegetais.  

Perder peso é essencial!

 

O que é importante se lembrar!

  • A maioria dos casos de esteatose não causa qualquer sintoma no paciente.
  • Os pacientes com a doença hepática gordurosa não alcoólica tem muito mais chance de desenvolver diabetes mellitus, doenças coronarianas, infartos e AVC.
  • Trinta por cento dos pacientes que têm a doença hepática gordurosa não alcoólica podem evoluir para casos de cirrose e câncer do fígado.
  • Noventa por cento dos pacientes que fazem uso abusivo do álcool têm esteatose hepática.
  • Prevenir é sempre o melhor negócio. Procure um especialista e evite se automedicar.