Doenças e Tratamentos
Você esta lendo: Gastrite
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Gastrite é uma doença que se caracteriza pelo processo inflamatório da camada interna de revestimento do estômago que é chamada de mucosa gástrica. Na gastrite, as células brancas do sangue migram para a parede do estômago como resposta a uma agressão e é isso que se vê ao microscópio quando se faz uma biópsia do estômago de um paciente com gastrite.
O termo gastrite não quer dizer úlcera ou câncer, é uma simples inflamação da mucosa gástrica, é muito comum e pode ter várias causas. Quando a inflamação atinge o duodeno, chamamos de duodenite ou bulboduodenite e o termo pangastrite refere-se à inflamação de todo o estômago.
A gastrite pode ser completamente assintomática, ou seja, não produzir qualquer sintoma, mas pode ocorrer dor ou queimação no abdome superior, náuseas, vômitos, eructações (arrotos) e sensação de má digestão. As queixas podem piorar com o jejum prolongado, pode haver diminuição do apetite e sensação de empachamento ou saciedade precoce (qualquer coisa que comemos nos dá a sensação de já estarmos cheios). Se a dor é muito severa podemos estar diante de uma úlcera. Há casos onde há sangramento pelo estômago e os sinais e sintomas podem ser taquicardia, extremidades frias, queda da pressão arterial com tonturas e até lipotímias (desmaios).
Na prática, o diagnóstico de gastrite é clínico ou feito através de endoscopia, quando precisamos descartar algum diagnóstico diferencial (descartar outras doenças).
A endoscopia é um exame onde, sob sedação, um tubo flexível é passado pela boca do paciente e o médico pode, através de uma câmera, observar seu estômago internamente. Podem ser feitas fotos e biópsias, de onde são obtidos fragmentos da mucosa para análise ao microscópio e para pesquisa do H. pylori. O único meio para se fazer o diagnóstico preciso de gastrite é através da endoscopia com biópsia da mucosa gástrica. Isto porque, por definição, gastrite é um diagnóstico histológico (alteração a nível celular – vista ao microscópio). Assim, quando há o diagnóstico de gastrite numa endoscopia sem biópsia da mucosa, o endoscopista pode errar em muitos casos. Estudos mostram que pacientes com sintomas típicos de gastrite e com endoscopia normal têm até 40% de alterações histológicas, ou seja, esses pacientes têm gastrite. Da mesma forma, em muitos casos o patologista não detecta alterações de mucosa em indivíduos com diagnóstico endoscópico de gastrite.
O tratamento da gastrite depende da sua causa. Na maioria dos casos de gastrite a redução da secreção de ácido pode ser feita através de medicamentos como os antagonistas de receptores H2 (ranitidina, famotidina) e os inibidores da bomba de prótons (omeprazol, lansoprazol, pantoprazol e esomeprazol). Eventualmente usa-se sucralfato, que atua na barreira mucosa e pro-cinéticos (domperidona, metoclopramida e bromoprida) para acelerar o esvaziamento gástrico. Durante o uso do medicamento, é fundamental fazer uma dieta retirando os alimentos que são irritantes gástricos.
Na gastrite induzida por medicamentos e álcool, apenas a suspensão do agente agressor pode levar a resolução do quadro. O tratamento da infecção pelo H. pylori não é feito em todos os casos, sendo indicado geralmente nas gastrites erosivas, úlceras gástricas e duodenais e no linfoma gástrico.
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