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Você esta lendo: Gases: como evitar?
Você esta lendo: Gases: como evitar?
Quem nunca sentiu aquela vontade incontrolável de soltar um “pum”? E aqui entre nós, isso geralmente acontece nos locais mais improváveis e constrangedores possíveis, como em reuniões, elevadores e encontros importantes, não é mesmo? Pois é, acontece o tempo todo e apesar de ser constrangedor, faz parte do funcionamento normal do corpo humano. Quer entender um pouquinho mais sobre essa peculiaridade do nosso sistema digestivo? Confira:
Se existe uma certeza, é a de que todo mundo já passou ou passará por essa situação. Sabe porque? Estima-se que um ser humano saudável elimine, aproximadamente, de 1 litro a 1,5 litro de gases diariamente pelo ânus, em uma média de 15 a 25 flatos. Flato é como chamamos tecnicamente o “pum”. Daí vem o termo flatulência, que significa excesso de flatos.
Boa parte dos gases é eliminada de forma despercebida, inclusive enquanto dormimos e o que foi dito aqui, serve tanto para os homens quanto para as mulheres, sendo, portanto, falsa a ideia de que eles soltam mais “puns” que elas.
Os gases são compostos basicamente de Nitrogênio e Oxigênio e uma pequena parte de Dióxido de Carbono, Hidrogênio e Metano. Com tantos gases circulando pelo nossos sistema digestivo, fica fácil entender a razão do mal cheiro, correto? Não é bem assim. Ao contrário do que se possa imaginar, geralmente não são estes gases e nem as fezes os responsáveis pelo odor exalado. O cheirinho desagradável é causado basicamente pelo sulfeto de hidrogênio (enxofre), que felizmente representa menos de 1% da composição química de um “pum” e pode ou não estar presente nos gases intestinais, dependendo de alguns fatores, como o que a pessoa comeu (especialmente se exagerou nas proteínas), nos quadros infecciosos e quando há alterações na flora intestinal.
A maior parte dos gases que chegam ao final do intestino são ingeridos. Isso mesmo, ingeridos, o que nos permite entender porque esses gases são compostos, na sua maior parte, por nitrogênio e oxigênio. Por isso que a causa mais comum de gases é a aerofagia, termo que literalmente significa engolir ar. Acontece comumente nos fumantes, nas pessoas que mascam chicletes com frequência, que falam bastante (profissionais que trabalham falando o tempo todo, como professores, locutores, atendentes de telemarketing…), quando consumimos bebidas gaseificadas e nos pacientes ansiosos ou com outros distúrbios do humor.
Não é novidade que em nosso trato digestivo existem bilhões de bactérias que vivem, se reproduzem e até auxiliam no processo de digestão do organismo humano, correto? Bem, uma parte dos gases intestinais tende a se formar após metabolização de carboidratos, gorduras e proteínas ingeridas nos alimentos por estes micro organismos. Apenas 10 % dos gases que são eliminados como flatos, são produzidos desta forma nos intestinos.
Outras causas são a intolerância à lactose, a doença celíaca (intolerância ao glúten), gastroenterocolite aguda, parasitoses, síndrome do intestino irritável, super crescimento bacteriano, constipação intestinal e algumas cirurgias intestinais.
Por sorte a maioria dos gases que deglutimos é eliminada pela eructação (arrotos) antes de chegar aos intestinos. Apenas o restante (aqueles 1 litro a 1,5 litro de que falei acima) é que chega ao final do intestino.
A atividade física também pode ser um forte aliado para o controle dos gases intestinais. A prática ajuda no aumento do metabolismo e no controle da ansiedade, estimula a movimentação do intestino e regula o trânsito intestinal.
Como foi explicado, a sensação de gases não significa que o seu organismo esteja produzindo, de fato, mais gases do que o normal. Muitas vezes, o que difere um organismo do outro é apenas uma maior sensibilidade a uma determinada quantidade de gases que está no seu intestino e que pode causar bastante desconforto e até dor abdominal. Isso acontece, por exemplo, na síndrome do intestino irritável. Se tiver interesse neste assunto, clique aqui.
De qualquer forma, fique atento! O desconforto com os gases pode, eventualmente, ser o sinal de uma doença gastrointestinal ainda não identificada e, por isso, procure sempre um médico especialista para avaliar seu caso individualmente. Depois de descartar algumas doenças, seu médico poderá sugerir acompanhamento nutricional, para a prescrição de uma dieta anti-fermentativa e até um psicólogo, para o tratamento de transtornos de ansiedade, se for o caso.