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Você esta lendo: Probióticos – será que tudo de bom que dizem a seu respeito é verdade?
Você esta lendo: Probióticos – será que tudo de bom que dizem a seu respeito é verdade?
Você já deve ter lido ou ouvido falar alguma coisa sobre os probióticos, certo? Sim, aquelas bactérias que são consideradas boas para a nossa saúde, que estão presentes em alguns alimentos e em alguns suplementos alimentares.
Pois basta uma pesquisa rápida na internet para você encontrar várias páginas onde há inúmeros benefícios atribuídos ao consumo de probióticos. Eu confesso que nem eu imaginava que eram tantos!
Mas será que tudo isso é verdade?
Atualmente é chamada de microbiota intestinal e se refere aos microrganismos que vivem no interior dos intestinos dos seres humanos.
Estima-se que o número de microrganismos no intestino é tão grande, que chega a ser maior do que o número de células que compõem o corpo humano.
A quase totalidade dos microrganismos são bactérias anaeróbias, mas estima-se que possam existir até 500 espécies diferentes, além de fungos, vírus e protozoários.
A microbiota desenvolve funções como ajudar no desenvolvimento dos enterócitos, que são as células que revestem internamente os intestinos, no sistema imunológico próprio dos intestinos e na prevenção de quadros alérgicos.
Também é importante na absorção e na síntese de algumas vitaminas, entre elas a vitamina K, vitamina B12, piridoxina, biotina, ácido fólico, ácido nicotínico e a tiamina.
Atenção – isso é o que se encontra na internet, numa busca simples, sobre os benefícios dos probióticos. Será que é tudo verdade?
Fica aqui o link de uma revisão sistemática no Cochrane sobre os probióticos e as doenças gastrointestinais.
Esse é um assunto um pouco controverso!
Há uma revisão sistemática e meta análise de 2012 que avaliou 82 publicações com quase 12 mil pacientes e que sugere benefícios do uso de probióticos na prevenção e no tratamento de diarreias agudas após o uso de antibióticos.
Depois disso, se tornou uma prática comum a prescrição de probióticos com antibióticos, ou logo após o uso destes, mas é importante que se diga que há críticos a essa conduta, porque, como os próprios autores do estudo comentam, “mais estudos são necessários para determinar quais tipos de probióticos funcionam melhor, quais pacientes são mais propensos a se beneficiar dos probióticos e se há algum risco em usá-los”.
Se você é uma pessoa saudável, aparentemente não há grandes riscos no consumo de probióticos, mas não há estudos que garantam isso.
Deixo aqui, um link de uma publicação interessante do JAMA sobre este assunto.
Existem inúmeras preparações que prometem tratar várias condições e prevenir outras tantas como você viu acima, mas o fato é que não há estudos científicos capazes de comparar estes probióticos entre si, pois cada um deles contém doses, concentrações e atividades biológicas diferentes.
Como são considerados suplementos, não têm a avaliação e regulação criteriosa do FDA nos Estados Unidos, não sendo necessários a comprovação de sua eficácia nem de sua segurança, por parte das empresas que os comercializam. Assim, não há certeza do que está sendo consumido, de fato, nessas apresentações vendidas por lá.
No Brasil há um trabalho sendo feito pela Anvisa para tentar regular a comercialização dos probióticos, mas ainda não foi concluído.
A ideia não é demonizar os probióticos, pelo contrário e também não está errado fazer uso dos mesmos, principalmente quando for indicado por profissionais que levarão em conta os custos e os benefícios envolvidos.
O importante é deixar claro que consumir probióticos não é a solução para aquela infinidade de situações que eu descrevi acima e que lemos na internet em muitos blogs e páginas que veiculam ideias e práticas para a boa saúde.
Fique atento!